PT pede mobilização contra "fascismo", ignora Flávio e mira Tarcísio
Em resolução, partido alinha discurso eleitoral e menciona cenários externo e interno como fatores que demandam fortalecimento da legenda

Uma resolução aprovada pelo alto comando do PT pede a união de forças para combater o bolsonarismo, comparando a atuação do grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao fascismo e à extrema direita. Em sua versão final, o texto deve ignorar a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL) e mirar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destaca como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista, transformando São Paulo em um laboratório de redução do papel do Estado, de entrega de bens públicos e de enfrentamento ideológico ao governo federal”, diz o trecho.
Trechos de uma versão preliminar do documento foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o jornal, o PT também desistiu de incluir no texto a proposta de criação de um ministério exclusivo para a Segurança Pública.
A resolução, que se estende por 30 tópicos, aborda os desafios do início do período pré-eleitoral e menciona os cenários externo e interno como fatores que demandam “fortalecimento orgânico do PT”. Depois de citar o fortalecimento de setores neofascistas da política mundial puxados por Donald Trump, o partido afirma que a mesma conjuntura se reflete dentro do Brasil.
“A prisão de Jair Bolsonaro e de quatro generais por tentativa de golpe de Estado e planejamento de assassinato do presidente e vice-presidente da República é um fato inédito na história do Brasil e uma importante vitória da democracia”, afirma o documento.
“Este fato recoloca a direita em xeque, abre disputas internas por hegemonia e expõe a crise moral e política do bolsonarismo, que, apesar disso, segue articulado, mantendo ativo um núcleo fascista que disputa e hegemoniza setores importantes da política nacional”, acrescenta.
A resolução menciona ainda a crise com o Legislativo, apontando também nesse caso a influência de setores oposicionistas de centro. Há duras críticas ao Centrão e ao uso de emendas parlamentares para pressionar o governo.
Além disso, a sigla defende ainda que o partido retome o diálogo com bandeiras históricas, destacando especificamente a questão da segurança pública como forte demanda social. O partido também aborda a transformação digital e a escalada do número de feminicídios no Brasil.
Ao fim do longo texto, o PT defende que se reforce a mobilização para o 8 de Janeiro, “data que tornou-se um marco histórico da vitória da democracia brasileira sobre o golpismo”.
“É fundamental que realizemos atos em todo o país, reafirmando que o povo brasileiro não tolera mais golpes e ataques à soberania popular.”






