G3 Notícias
Colunas

O Paradoxo Brasileiro: Crescem os números, mas também cresce a miséria nas ruas

Outro ponto que distorce a percepção é o aumento da chamada “renda média” e quem ganha 8 mil reais mês é quase pobre

Analise Politica
O Paradoxo Brasileiro: Crescem os números, mas também cresce a miséria nas ruas
Créditos: Poder 360

Por: Álvaro Costa


Enquanto o governo e os grandes veículos econômicos parecem celebrar os números positivos da redução da taxa de desemprego e o aumento da renda média do trabalhador, as ruas das grandes cidades mostram uma história bem diferente. Por todos os cantos o que se vê é fome, desamparo e a busca pela sobrevivência.


O cenário em praticamente todos os centros do país, revela um paradoxo no mínimo inquietante: de um lado, índices econômicos que indicam avanço; de outro, o aumento visível de pessoas vivendo nas ruas, famílias inteiras pedindo ajuda nos semáforos, e trabalhadores informais tentando garantir o mínimo para o dia seguinte.


Na amostra dos dados oficiais, o Brasil apresenta uma das menores taxas de desemprego dos últimos anos. Será! A estatística não traduz a realidade de milhões de brasileiros que sobrevivem na informalidade, sem carteira assinada, sem segurança, sem direitos. Mesmo os que estão empregados, ainda assim não conseguem pagar aluguel, comprar alimentos ou manter os filhos na escola. O emprego existe, o que desapareceu foi o poder de compra. Sempre venho batendo nisso: Falta poder de compra!


Outro ponto que distorce a percepção é o aumento da chamada “renda média” e quem ganha 8 mil reais mês é quase pobre – palavras do nosso Presidente. E mais, enquanto uma pequena parcela da população concentra boa parte da renda, a maioria enfrenta uma corrosão constante do salário real, pressionada pelo custo de vida, inflação de alimentos e habitação. As políticas públicas, por sua vez, não acompanham o ritmo da deterioração social. Programas de assistência são insuficientes, e nas grandes cidades o crescimento de acampamentos improvisados sob viadutos e calçadas tomadas por barracas de lona virou cenário comum.


O contraste é tão evidente que, para o cidadão comum, o discurso econômico oficial soa distante ou mesmo fictício. Há um Brasil dos gráficos e relatórios, e há o Brasil das esquinas, onde a economia não chega, onde o desemprego “invisível” é a regra e onde a dignidade humana se tornou um luxo. O país que cresce no papel ainda não conseguiu incluir quem mais precisa dele. Só vamos acreditar quando as ruas deixarem de ser o termômetro da miséria.

Compartilhe:

Comentários (0)